terça-feira, 14 de setembro de 2010

Acolher animais com deficiência física é um gesto de generosidade que pode transformar positivamente a vida dos donos

A história dos companheiros de lar Pepe e Puff tinha tudo para acabar sem final feliz. O anjo da guarda dos cachorrinhos, a administradora de empresas Fernanda Martins Luza, 30 anos, não tem dúvida de que agiu certo quando abrigou os amiguinhos, que passaram por poucas e boas antes de serem resgatados da rua. Ambos possuem deficiências sérias. “E, hoje, vivem bem e muito felizes, mais até do que muitos cachorros que conheço”, garante a dona.



Apaixonada por bichos desde a infância, Fernanda resolveu adotar seu primeiro pet especial em 2008, quando soube, por meio da Organização Não Governamental (ONG) Bsb Animal, da história de Pepe. O cãozinho foi encontrado com apenas 30 dias de vida, enrolado em panos, embaixo da roda de um carro. “Ele estava lá para que o carro passasse por cima dele”, acredita. O abandono cruel teria relação com o defeito de nascença do vira-lata, que tem três patas. "Isso não muda nada, ele vive como qualquer outro cachorro e nem nota que é diferente. Corre, pula, brinca", diz a dona.



Comovida com o trabalho da Bsb Animal, Fernanda se juntou ao grupo de voluntários. Como a ONG não tem abrigo próprio, cabe a eles levar os bichos encontrados na rua para casa e providenciar os cuidados até o momento da adoção. Pela casa da administradora já passaram cerca de cem cachorros. Puff, o segundo da lista, a princípio não ficaria, mas a amizade com Pepe convenceu a incoporá-lo à família. O poodle abricó, encontrado em Ceilândia sem pelos e com sarna, tem uma deficiência congênita nas patinhas traseiras que, segundo a dona, não interfere na convivência. "Ele só anda um pouquinho diferente dos demais cães", observa.



Segundo a coordenadora da ONG, Márcia Dias, a maioria dos animais abandonados é vítima de maus-tratos. "Infelizmente é a realidade que vivemos no Distrito Federal", constata. Diferentemente do que muita gente pensa, adotar não é complicado, embora seja um processo criterioso. É só procurar uma ONG que preste esse tipo de serviço e demonstrar, além de interesse, responsabilidade e compromisso com o novo amigo. A experiência pode ser extremamente gratificante, como foi para Fernanda Luza. "A gente aprende a ser mais humano, mais compreensivo, mais gente mesmo", admite.



Fonte: Correio Braziliense

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