terça-feira, 27 de abril de 2010

Passaporte para seu amigão: Cães e gatos terão documento para viajar ao exterior; regras ainda serão definidas

Passaporte para seu amigão: Cães e gatos terão documento para viajar ao exterior; regras ainda serão definidas

Por BRUNA TIUSSU

A poodle Miluxa coleciona mais viagens que anos de vida. Já voou 12 vezes para Portugal - “conhece” Coimbra, Lisboa e Porto - e visitou a Espanha. Em cada entrada ou saída da Europa, o mesmo processo: Maria Inês Vaz, a dona da cadela, precisou apresentar uma pasta de documentos no balcão de check-in, com atestado de saúde do animal assinado por veterinário, certificado sanitário internacional e carteira de vacinação (com antirrábica e as exigidas pelo país de destino). Burocracia que está com os dias contados.



Graças a um decreto publicado pelo governo brasileiro no fim de março, a dupla poderá substituir, na próxima viagem, a papelada por um passaporte internacional feito sob medida para a mascote. O objetivo é tornar mais ágil o embarque de cães e gatos brasileiros nos voos internacionais. O processo para solicitar a caderneta ainda vai ser definido.



O documento reunirá dados do animal, do dono e poderá ser apresentado na ida e na volta. Hoje, o atestado de saúde assinado por um veterinário, obrigatório, tem validade de dez dias. Se passar um período mais longo fora do Brasil, o dono tem de conseguir outro antes de regressar.



O passaporte, opcional, será expedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O órgão sugere também a implantação de microchips - já obrigatórios para entrar na União Europeia e no Japão - nos bichos que viajam com frequência, como forma de identificação eletrônica. A poodle Miluxa tem o seu. Do tamanho de um grão de arroz, é implantado em menos de 30 segundos. “Vejo como mais uma forma de fiscalização e segurança. Se eu perder a cadela, tenho como provar que ela é minha”, diz Maria Inês.



Cada empresa aérea faz suas normas para o transporte de cães e gatos. Algumas só aceitam levá-los como carga, no compartimento de bagagem. Outras permitem que sigam na cabine com o dono, dependendo de seu peso e tamanho - o limite costuma variar entre 6 e 10 quilos, incluindo a caixa onde o animal será acomodado.



Taxa



Todas as aéreas cobram taxas - o valor fica entre US$ 90 e US$ 180. E limitam o número de animais na cabine por voo: é recomendado fazer reserva com antecedência de 48 horas.



Se o animal for grande, não tem discussão, será despachado. Desde seu primeiro voo internacional, a labrador Maya, companheira de Ligia Rabay, segue como carga. Tinha apenas 6 meses - mas muitos quilos - quando veio da Tailândia para São Paulo. Nesta situação, as regras quase não mudam: o animal deve ser acomodado em uma caixa arejada, forrada, na qual possa ficar em pé e dar um giro de 360 graus.



Ligia diz que a experiência é segura. “Maya chegou bem, foi até tratada pelos funcionários na escala em Amsterdã. Sei disso porque embarcou na caixa forrada com jornal tailandês e chegou ao Brasil com outro, escrito em holandês”, conta.



Vôo proibido para humanos



Em julho do ano passado, cães e gatos ganharam uma aérea exclusiva nos Estados Unidos. A PetAirways voa para nove destinos no país e não aceita humanos. Os animais são transportados em caixas e vistoriados por um tripulante a cada 15 minutos. Donos ansiosos podem monitorar o voo do pet no site petairways.com.

Antirrábica é a principal vacina

A antirrábica é exigida por todas as companhias aéreas (internacionais e nacionais), independentemente do destino do voo. As empresas pedem que a dose tenha sido aplicada desde um mês a um ano antes do embarque. Em viagens ao exterior, o dono do animal deve verificar se o país de destino solicita outras vacinas.



Fonte: Jornal da Tarde